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Um texto de Carlos Alberto Ferreira

Compartilhado pelo ator, encenador e professor de teatro da Universidade Federal do Acre: Carlos Alberto Ferreira.


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Uma árvore grande, de galhos contorcidos, na copa com folhas em uma parte dos galhos e na outra parte com galhos secos e com poucas folhas. A árvore está no meio do campo.













Eu recebo suas palavras como o vento toca em uma árvore.


O tocar do ar sobre a folha a faz sentir. Algumas folhas de forma resistente permanecem, tentando ficar fixadas no galho, já outras, após tentarem, chega uma hora que elas voam.


Ao se deslocarem transitam do fixo (galho) para o instável (o ar) até chegar no novo (o solo). Há uma passagem, há um percurso, há um devir. Por algum motivo, essa folha sentia que um dia a hora de voar aconteceria. Hoje aconteceu.


A folha sentia que o vento se aproximava, de alguma forma, o vento já tocava desde o último olhar. Tal como o vento toca nas folhas, sinto em suas palavras o vento que toca em mim.


Toda situação é um estado e agradeço por ter vivido cada momento. Fico contente por ter tido coragem de lançar as palavras-raízes, de alguma forma sentia que o vento já estava ali. Mas, de alguma forma, queria manter a folha grudada no galho (na lembrança), como uma forma de resistir, mas a percepção é algo que não falha. E o silêncio começou a trazer esse vento como um estado de alerta. No fundo, mesmo não querendo, já sentia: “a folha iria voar”.


Escrito no dia 13 de agosto de 2021, sexta-feira.




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